«[…] A China financia projecto de Campus Universitário
da Universidade de Cabo Verde «Uni-CV». O Primeiro-Ministro «PM», José Maria
Neves, recebeu nesta quarta-feira (23-12-2015), da boca do embaixador chinês em
Cabo Verde, Du Xiao-Cong, a confirmação oficial da aprovação por parte do
Governo da China, do projecto de construção do novo Campus Universitário da
Uni-CV. O novo Campus Universitário da Universidade de Cabo Verde,
sublinha José Maria Neves, irá ajudar a desenvolver ainda mais o ensino
superior, na consolidação da Uni-CV enquanto uma universidade de excelência e,
consequentemente, no desenvolvimento do capital humano do país. As
obras, de acordo com as previsões, deverão iniciar-se já em Fevereiro de 2016 […] (Inforpress,
23-12-2015)».
Caros leitores reparem nesta ideia, que vos apresentei num post anterior: o Estado da Guiné-Bissau deve lutar para combater o afro-pessimismo e afro-conformismo dos guineenses em todas as facetas.
Através da boa governação e liderança, deve
aproveitar para pôr um conjunto de medidas em andamento, por exemplo, criação
de universidades e pontos de investigação nas diferentes províncias da
Guiné-Bissau, criação de residências estudantis a nível nacional, etc.
Ainda retomando este post anterior, acrescentei que tenho a
profunda convicção que muitas
das minhas propostas já estão a ser implementadas actualmente, embora sem me citarem ou
referenciarem, e que um bom exemplo disto era o Governo caboverdiano de José Maria
Neves.
Seguindo a mesma linha de raciocínio da minha obra, defendo
que se a Guiné-Bissau quer escapar dos efeitos negativos das ajudas
internacionais e investimentos estrangeiros, a sua política de cooperação para
o desenvolvimento do país deve deixar de centrar-se só no envio de dinheiro,
géneros e técnicos [ou tecnologias], que actuam de forma pontual, que acabam
por desaparecer e não oferecem assistência nem manutenção. O objectivo desta
cooperação deve passar a ser, pelo contrário, a formação de técnicos locais na
agricultura e indústria; o incentivo ao desenvolvimento de universidades e
pontos de investigação na Guiné-Bissau, para que os guineenses possam criar as
suas próprias tecnologias, e formar os seus próprios técnicos. Nas palavras de
Confúcio: “É mais importante ensinar a pescar do que oferecer o peixe” (551
a.C. – 479 a.C.). E isto tem também o seu enquadramento nas palavras de James
Shikwati: “quando damos a esmola a um mendigo e voltamos a vê-lo na rua no dia
seguinte, não podemos dizer que ajudámo-lo. Ele continua a mendigar […]. Precisamos
de tirar o mendigo da rua […]. Temos de descobrir as potencialidades desse
mendigo […], pois, isso sim estaremos a melhorar a sua vida”. O que implica que
a Guiné-Bissau necessita é de uma chance para ser capaz de administrar e
canalizar a sua própria riqueza. Mas isto não significa que a Guiné-Bissau deve
deixar de cooperar com outros Estados, bem pelo contrário (Mendes, 2010: 93;
Schelp, 10-08-2005).
Por tudo que foi dito até agora resta-me elogiar o
Governo do PM José Maria Neves, pelo bom serviço que está prestar ao Estado e
Povo caboverdiano. E Cabo Verde está de parabéns, ao contrário das autoridades
da Guiné-Bissau, que não dão ouvidos aos seus intelectuais nem os valorizam.
Para mais informações, consultar o meu livro: Mendes,
Livonildo Francisco (2015). Modelo
Político Unificador – Novo Paradigma de Governação na Guiné-Bissau (pp.
200-201). Lisboa: Chiado Editora.
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