No Modelo Político Unificador «MPU» com o Governo de Base Democrática «GBD» ou Governo de Manutenção e Coordenação «GMC» suportado pelo
órgão de Área de Especialistas ou Área de
Estudos, que é um Órgão Consultivo Multidisciplinar e
Imparcial «AE-OCMI», o
Estado da Guiné-Bissau deve lutar para combater o afro-pessimismo e afro-conformismo
dos guineenses em todas as facetas. Através da boa governação e liderança, deve
aproveitar para pôr um conjunto de medidas em andamento, por exemplo, criação
de universidades e pontos de investigação nas diferentes províncias da
Guiné-Bissau, criação de residências estudantis a nível nacional,
requalificação e criação de novos quartéis, criação de boas condições para os funcionários
públicos, urbanização das cidades, criação de infra-estruturas e implementação de cooperativas como
forma de estabelecer a ligação entre os camponeses e a cidade, e de apoiar os
camponeses no escoamento dos seus produtos, etc. Isto permitirá proceder a remodelações
e modernizações dos principais sectores da sociedade, de forma a criar um
estímulo e encorajar a participação dos cidadãos no processo de desenvolvimento
do país.
No que toca ao MPU como Novo Paradigma de Governação, uma das coisas que o Estado guineense pode fazer para combater o
afro-pessimismo e afro-conformismo dos guineenses é criar um projecto em honra
da memória dos heróis da luta de libertação nacional para a independência da
Guiné-Bissau, por exemplo, um Museu dos Antigos Combatentes da Luta Armada
“MACLA” e institucionalizar, por exemplo, uma Bolsa de Estudo Amílcar Cabral
“BEAC”. Esta bolsa deve servir de apoio social para incentivar o
desenvolvimento do sistema de ensino na Guiné-Bissau. Esta iniciativa poderá
abranger depois os outros Países Africanos de Língua Oficial Português «PALOP», incluindo outras figuras lendárias desses
países (por exemplo, o Dr. Agostinho Neto, Eduardo Mondlane, etc.). Isto é, à
semelhança dos projectos de mobilidade das Universidades europeias (projectos Erasmus,
Sócrates, etc.). Este projecto da BEAC poderá ser ensaiado no primeiro GBD,
como teste, no sentido de avaliar os seus efeitos. Mas, para surtir os efeitos
desejados, o GBD deverá institucionalizar um sistema de ensino gratuito e
obrigatório até à décima primeira classe, no sentido de reduzir a drástica taxa
do analfabetismo no país.
Neste conjunto de medidas, a mudança deve partir de cima,
ou melhor, do lado político. Visto que a política regula tudo, deve começar-se
pelas atitudes, discursos dos políticos e governantes, exigindo que os seus
procedimentos sejam exemplares, em virtude de fomentar a auto-estima dos
cidadãos, de “ver para crer” nos políticos que a liderança é a espinha
dorsal da boa governação. Depois da implementação de um conjunto de medidas
concretas e eficazes para a estabilidade política do país, o GBD/GMC estará
pronto para propor novas medidas e sólidas estruturas políticas, sociais,
económicas, de defesa e segurança do país. Com
estes pressupostos, chamo a atenção para o facto de o novo paradigma poder
criar as condições necessárias para os governantes e governados guineenses
pensarem a vida do Estado num plano a longo prazo, em que as novas gerações não
serão prejudicadas devido aos interesses imediatos de alguns governantes.
Para terminar este post, resta-me
acrescentar que tenho a profunda convicção que muitas das minhas propostas já estão
a ser implementadas actualmente, embora sem me citarem ou referenciarem. Um
bom exemplo disto é o Governo caboverdiano de José Maria Neves, nomeadamente em
três áreas principais, facilmente identificadas na comunicação social: 1.
Usando o nome de “Erasmus+” num programa de mobilidade entre Cabo Verde e a UE
(Mendes, 2011: 39; 2015: 465 nota-163; RTP África, 05-02-2015); 2. Defendendo
que a área da defesa e segurança deve funcionar como uma espécie de pentágono
(Mendes, 2010: 93-94; 2011: 39-40; 2015: 168 nota-166; Ministério da Defesa
Nacional, 25-01-2014; Pereira, 2010); 3. Apoiando os seus antigos combatentes
(Mendes, 2010: 97; 2014: 432; 2015: 544 nota-181; Sapo Notícias, 23-11-2013).
Para mais informações, consultar o
meu livro: Mendes, Livonildo Francisco (2015). Modelo Político Unificador –
Novo Paradigma de Governação na Guiné-Bissau (pp. 454-455, 464-465, 468, 544).
Lisboa: Chiado Editora.
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