Caríssimos leitores, parece-me que o martelo de Thor – o Deus Viking da protecção da humanidade, também chamado de «Deus-martelo, Deus-relâmpago e Deus-Trovão» – tem de voltar a ser chamado,
tendo em conta o que tem vindo a acontecer na Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Presidência, no Governo
e na Sede do PAIGC…
Esta análise será focalizada numa das vertentes da tipologia dos sistemas de partidos do
ponto de vista da Ciência Política pura
& dura. Com base nesta linha de pensamento, a tipologia dos sistemas de
partidos pode ser do tipo: monopartidarismo,
bipartidarismo (perfeito e
imperfeito), multipartidarismo integral,
multipartidarismo de partido dominante
e multipartidarismo bipolar. O que
me interessa para a análise do contexto político actual da Guiné-Bissau é a vertente
que enquadra o PAIGC na classificação da tipologia
do multipartidarismo de partido
dominante, que é um sistema partidário onde um dos partidos se
tornou, ou é, imprescindível à
governação do país. No entanto, o facto de existirem mais de 40 partidos políticos, num cenário em
que um partido-Estado “PAIGC” se torna imprescindível à governação, num país
com mais de 30 grupos étnicos e mais
de 100 subgrupos étnicos, leva-me
admitir a existência de um fenómeno do tipo de multipartidarismo de partido
dominante na Guiné-Bissau (Fernandes, 2010: 200-207).
Com base no parágrafo anterior, e de acordo com alguns
autores, «o partido dominante, adquire e
salvaguarda a sua posição de hegemonia graças à sua multiplicidade, ao parcelamento
dos seus adversários […]. Noutros termos, o partido dominante define-se por
uma certa estrutura de sistemas de partidos num país democrático […]. O sistema
de partido dominante tem por principal
vantagem permitir a estabilidade
governamental num sistema social e político profundamente dividido, limitando o
agrupamento necessário das forças políticas de um só pólo […]». O que implica
que no multipartidarismo de partido dominante, o sistema pluripartidário faz com que um dos partidos se torne imprescindível à governação do país.
Apesar destas vantagens do partido dominante, ainda se verifica uma forte
instabilidade política na Guiné-Bissau. Por isso, entendo que há algo de errado ainda por esclarecer
(Fernandes, 2010: 202-205).
Como tenho vindo a dizer, o partido-Estado PAIGC e Politiqueiros guineenses devem abraçar
as propostas de mudança inovadoras
da minha obra para a modernização do PAIGC e institucionalização de estruturas
políticas sólidas. Estou consciente que a maior dificuldade a enfrentar será o
facto de um partido-Estado típico como o PAIGC não querer abandonar o monopólio da sua legitimidade histórica como
o único partido enraizado a nível nacional. Se o PAIGC e as forças políticas
tiverem em conta que “o gato escaldado
da água fria tem medo” e abraçarem a minha obra, a Guiné-Bissau marcará o
seu registo na página da estabilidade democrática, contribuindo na protecção
dos guineenses “libertados” através da luta armada, e afastando os “males” que
assolam a Guiné-Bissau. Se estas medidas não forem tomadas, correm o risco de humilhação e retaliação
através de golpes de Estado sucessivos.
Nos PALOP, em especial na
Guiné-Bissau, é urgente abraçar uma
proposta desta envergadura, caso contrário, a solução por parte dos clones de partidos políticos ou partidos
sazonais que não conseguem conquistar, manter e exercer o Poder, passará por
aquilo que John Locke propõe: que “o
Poder, além dividido, deve ser controlado”, advogando que, se o Poder executivo
não agir em conformidade com os fins para que é constituído [eleito], isto é,
se usurpar a liberdade [frustrar as expectativas do povo], deve ser
arrebatado/derrubado das mãos que o detêm (Fernandes, 2004: 32-33; Locke, 2006: 329-331). Se as
autoridades políticas guineenses tiverem em consideração que “quem te aconselha, teu amigo é”, então
as palavras de John Locke oferecem um bom conselho para que a Guiné-Bissau ponha fim
às páginas sangrentas da sua história e aceite de bom agrado o Modelo Político Unificador como um Novo Paradigma de Governação, apostando
assim numa política preventiva.
Para mais informações, consultar o
meu livro: Mendes, Livonildo Francisco (2015). Modelo Político
Unificador – Novo Paradigma de Governação na Guiné-Bissau (pp. 18-19, 358,
382-383, 492-495). Lisboa: Chiado Editora.
Meu amigo estou bastante de acordo contigo, mas com o PAIGC, tudo torna deficil, porque e um Partido que nao aceita o confronto de ideias, e e, um partido que nao quer que ninguem o critica, e muito menos fazer face....
ResponderEliminarE grave o que esta acontecer ao povo guineense e a Guine Bissau, o povo e muito passivo, e essa passividade esta a ser aproveitado muito pelo PA IGC para impor os sacrificios ao pais e ao povo Guineense. Se nao vejamos uma coisa: Estamos ja a 42 anos de idependencia, e ate hoje os destinos daquele pais foi entregue ao mesmo Partido, que nem acta e muito menos desacta, o pais continua a regredir e nao ha sinais pelos visto a curto medio e a longo prazo de melhoria, o pessimismo continua a pairar no rosto de todos os guineenses atentos , estamos com a incerteza total.
Na realidade o PAIGC, estava preparado para libertar o pais, mas nao para governar o mesmo. Porque e impossivel dirrigir um pais durante quatro decadas, os erros continuam a multiplicar, a ma gestao, a instabilidade, a pobreza extrema, falta de recursos , para nao falar das infrastruturas que nao existe praticamente, as estradas sao impraticaveis , a o Motor do desenvolvimento que a educacao ta nulo a saude e um desastre, isto quer dizer que nao existe; para nao falar das outras areas tao importante no desenvolvimento de um pais. O Pais e corrompido ate ao limite, afinal aonde e quee vamos com este PAIGC?
E necessario que os guineense reflitam um pouco, sobre o desenpenho do mesmo Partido durante os 42 anos de idependencia, alguma coisa vai de mal a errado e ja era a altura dos potencias eleitores guineenses corigirem os sucessivos erros,de governacao porque ja e demais.
Para concluir gostaria de apelar ao PAIGC, que deixem o pais em paz, ja podem concluir que nao teem a solucao para aquele povo e o pais, porque faltam a preparacao, o caracter, responsabilidade, um pouco de imaginacao, e sobretudo o sentido de estado;
Caro amigo, muito obrigado pelo seu comentário - gostei imenso. É bom saber que existem algumas pessoas que olham para a realidade guineense e conseguem fazer uma análise imparcial com base na crítica construtiva. Espero que continue a acompanhar o blogue e a comentar. A sua contribuição é indispensável.
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