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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Gato escaldado da água fria tem medo


Caríssimos leitores, parece-me que o martelo de Thor – o Deus Viking da protecção da humanidade, também chamado de «Deus-martelo, Deus-relâmpago e Deus-Trovão» – tem de voltar a ser chamado, tendo em conta o que tem vindo a acontecer na Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Presidência, no Governo e na Sede do PAIGC
Esta análise será focalizada numa das vertentes da tipologia dos sistemas de partidos do ponto de vista da Ciência Política pura & dura. Com base nesta linha de pensamento, a tipologia dos sistemas de partidos pode ser do tipo: monopartidarismo, bipartidarismo (perfeito e imperfeito), multipartidarismo integral, multipartidarismo de partido dominante e multipartidarismo bipolar. O que me interessa para a análise do contexto político actual da Guiné-Bissau é a vertente que enquadra o PAIGC na classificação da tipologia do multipartidarismo de partido dominante, que é um sistema partidário onde um dos partidos se tornou, ou é, imprescindível à governação do país. No entanto, o facto de existirem mais de 40 partidos políticos, num cenário em que um partido-Estado “PAIGC” se torna imprescindível à governação, num país com mais de 30 grupos étnicos e mais de 100 subgrupos étnicos, leva-me admitir a existência de um fenómeno do tipo de multipartidarismo de partido dominante na Guiné-Bissau (Fernandes, 2010: 200-207).
Com base no parágrafo anterior, e de acordo com alguns autores, «o partido dominante, adquire e salvaguarda a sua posição de hegemonia graças à sua multiplicidade, ao parcelamento dos seus adversários […]. Noutros termos, o partido dominante define-se por uma certa estrutura de sistemas de partidos num país democrático […]. O sistema de partido dominante tem por principal vantagem permitir a estabilidade governamental num sistema social e político profundamente dividido, limitando o agrupamento necessário das forças políticas de um só pólo […]». O que implica que no multipartidarismo de partido dominante, o sistema pluripartidário faz com que um dos partidos se torne imprescindível à governação do país. Apesar destas vantagens do partido dominante, ainda se verifica uma forte instabilidade política na Guiné-Bissau. Por isso, entendo que há algo de errado ainda por esclarecer (Fernandes, 2010: 202-205).
Como tenho vindo a dizer, o partido-Estado PAIGC e Politiqueiros guineenses devem abraçar as propostas de mudança inovadoras da minha obra para a modernização do PAIGC e institucionalização de estruturas políticas sólidas. Estou consciente que a maior dificuldade a enfrentar será o facto de um partido-Estado típico como o PAIGC não querer abandonar o monopólio da sua legitimidade histórica como o único partido enraizado a nível nacional. Se o PAIGC e as forças políticas tiverem em conta que “o gato escaldado da água fria tem medo” e abraçarem a minha obra, a Guiné-Bissau marcará o seu registo na página da estabilidade democrática, contribuindo na protecção dos guineenseslibertados” através da luta armada, e afastando os “males” que assolam a Guiné-Bissau. Se estas medidas não forem tomadas, correm o risco de humilhação e retaliação através de golpes de Estado sucessivos.
Nos PALOP, em especial na Guiné-Bissau, é urgente abraçar uma proposta desta envergadura, caso contrário, a solução por parte dos clones de partidos políticos ou partidos sazonais que não conseguem conquistar, manter e exercer o Poder, passará por aquilo que John Locke propõe: que “o Poder, além dividido, deve ser controlado”, advogando que, se o Poder executivo não agir em conformidade com os fins para que é constituído [eleito], isto é, se usurpar a liberdade [frustrar as expectativas do povo], deve ser arrebatado/derrubado das mãos que o detêm (Fernandes, 2004: 32-33; Locke, 2006: 329-331). Se as autoridades políticas guineenses tiverem em consideração que “quem te aconselha, teu amigo é”, então as palavras de John Locke oferecem um bom conselho para que a Guiné-Bissau ponha fim às páginas sangrentas da sua história e aceite de bom agrado o Modelo Político Unificador como um Novo Paradigma de Governação, apostando assim numa política preventiva.

Para mais informações, consultar o meu livro: Mendes, Livonildo Francisco (2015). Modelo Político Unificador – Novo Paradigma de Governação na Guiné-Bissau (pp. 18-19, 358, 382-383, 492-495). Lisboa: Chiado Editora.


2 comentários:

  1. Meu amigo estou bastante de acordo contigo, mas com o PAIGC, tudo torna deficil, porque e um Partido que nao aceita o confronto de ideias, e e, um partido que nao quer que ninguem o critica, e muito menos fazer face....
    E grave o que esta acontecer ao povo guineense e a Guine Bissau, o povo e muito passivo, e essa passividade esta a ser aproveitado muito pelo PA IGC para impor os sacrificios ao pais e ao povo Guineense. Se nao vejamos uma coisa: Estamos ja a 42 anos de idependencia, e ate hoje os destinos daquele pais foi entregue ao mesmo Partido, que nem acta e muito menos desacta, o pais continua a regredir e nao ha sinais pelos visto a curto medio e a longo prazo de melhoria, o pessimismo continua a pairar no rosto de todos os guineenses atentos , estamos com a incerteza total.
    Na realidade o PAIGC, estava preparado para libertar o pais, mas nao para governar o mesmo. Porque e impossivel dirrigir um pais durante quatro decadas, os erros continuam a multiplicar, a ma gestao, a instabilidade, a pobreza extrema, falta de recursos , para nao falar das infrastruturas que nao existe praticamente, as estradas sao impraticaveis , a o Motor do desenvolvimento que a educacao ta nulo a saude e um desastre, isto quer dizer que nao existe; para nao falar das outras areas tao importante no desenvolvimento de um pais. O Pais e corrompido ate ao limite, afinal aonde e quee vamos com este PAIGC?
    E necessario que os guineense reflitam um pouco, sobre o desenpenho do mesmo Partido durante os 42 anos de idependencia, alguma coisa vai de mal a errado e ja era a altura dos potencias eleitores guineenses corigirem os sucessivos erros,de governacao porque ja e demais.
    Para concluir gostaria de apelar ao PAIGC, que deixem o pais em paz, ja podem concluir que nao teem a solucao para aquele povo e o pais, porque faltam a preparacao, o caracter, responsabilidade, um pouco de imaginacao, e sobretudo o sentido de estado;

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  2. Caro amigo, muito obrigado pelo seu comentário - gostei imenso. É bom saber que existem algumas pessoas que olham para a realidade guineense e conseguem fazer uma análise imparcial com base na crítica construtiva. Espero que continue a acompanhar o blogue e a comentar. A sua contribuição é indispensável.

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